Fergie foi capa da revista "NEXT" e concedeu uma entrevista bastante emocionante falando sobre a comunidade LGBT, a tragédia em Orlando e sobre seu show marcado na parada gay de New York. Além de liberar duas fotos promocionais de Fergie no clipe de "Just Like You". Confira as imagens seguida da entrevista logo abaixo:
"Antes de tudo, como você está?"
Foi com está pergunta que começou a minha entrevista pelo telefone com a Fergie na semana passada sobre a capa da próxima revista NEXT.
Mas a pergunta não começou comigo, a pergunta foi feita com uma voz sincera perguntando como eu estava, querendo ter certeza de que eu estava bem depois da tragédia em Orlando. Me deixou surpreso, esta conversa foi muito real, e não como se eu tivesse falando com uma celebridade. Esta não foi uma daquelas entrevistas que você faz uma pergunta e tem a resposta, essa entrevista foi muito importante.
Minha entrevista com a Fergie foi cheia de emoções, tristezas e perguntas. E quando eu desliguei o telefone, eu nunca me senti tão motivado para escrever o artigo. Claro que têm pessoas que dizem que uma mulher hétero não pode ser a capa da revista, mas eu posso garantir para vocês que depois de ouvir aquela voz tão sincera, não existe uma pessoa melhor para a capa.
Fergie: Antes de tudo, como você está?
Alexander Kacala: Oh, eu? Tem sido estranho quando você está tentando processar emocionalmente tudo, tentando escrever sobre isso e ainda ser um meio responsável por transmitir isso. Estou focado apenas nesse assunto a falar sobre isso agora. Mas é difícil. Para tentar equilibrar emocionalmente enquanto ainda cobrindo-o da forma mais autêntica possível.
Fergie: É uma reação normal.
Alexander: Exatamente. Eu estou tentando dar a oportunidade para as pessoas escreverem suas emoções. E onde você estava quando viu o que aconteceu em Orlando?
Fergie: Eu vou falar tudo o que você me perguntar, mas eu só queria me conectar em um level pessoal com você, antes de entrarmos no assunto.
Alexander: É muita gentileza da sua parte.
Fergie: Sim. Agora está tudo muito louco e emocional. Você precisa mostrar suas emoções. É importante que você não guarde as emoções agora. É importante que você sinta-se parte de uma comunidade que possa se apoiar, tudo bem se você precisa pedir ajuda ou se precisa chorar.
Alexander: Eu conhecia alguém, nós não eramos muito próximos. Quando é tão perto de casa e ataca a sua comunidade, a dor é muito maior. As pessoas só estavam comemorando a vida em uma boate gay. E ainda dizem que não precisam mais de boates gays. Nós precisamos de boates gays sim, e agora mais do que nunca.
Fergie: Sim, foi horrível. Eu me senti assim, com diferentes emoções. Horror, tristeza, choque e raiva. Marco Marco é um grande amigo meu, e ele estava lá uma semana antes, mas tinha amigos lá naquela noite. É tão apavorante uma pessoa entrar em uma boate onde para muitos dos meus amigos era um lugar seguro e divertido, onde eles poderiam ser eles mesmos, e destruir tudo. É horrível como um filho da p** possa entrar e destruir todas aquelas vidas e machucar toda a comunidade.
Alexander: É frustrante ver a mídia tentando esconder isso. Foi um crime de ódio, terrorismo ou de doença mental – nenhum dos motivos importa. O que aconteceu no final foi igual. Alguém por qualquer razão, pegou uma arma e matou 49 pessoas. Está é a única narrativa que importa. Perguntar o porque é ridículo. A conversa não irá trazer os filhos e filhas para os pais de volta.
Fergie: É simplismente horrível.
Alexander: Onde você estava quando ficou sabendo de tudo?
Fergie: Eu estava em casa com uma criança doente. Eramos eu e Axl na cama, assistindo ‘Curious George’. Eu recebi várias mensagens sobre o que tinha acontecido e eu estava sentada e em choque, com lágrimas escorrendo no meu rosto. É inacreditável. É igual você estava falando. Processando suas emoções sobre tudo isso. O Josh chegou em casa tarde naquele dia. Foi tudo inacreditável para nós dois. Eu não sei o que faria se recebe uma notícia dessas sobre meu filho. Meu filho estar na boate. Eu realmente não sei como eu receberia essa notícia como mãe.
Alexander: Tinha uma mãe que estava lá com o filho. Ela era mãe de 11, vencedora do cancer, e estava la com o filho apoiando a sexualidade dele. Ele sobreviveu, mas ela foi morta.
Fergie: É muito importante que eu e o Josh estamos criando nosso filho em um ambiente muito aberto quando se trata de amor, isso é o mínimo que podemos fazer. Eu não posso nem imaginar como seria perder um filho. Eu não consigo imaginar como estão essas pessoas agora. Eu espero que elas saibam que há milhões de pessoas enviando muito amor para que seus filhos nunca sejam esquecidos. Que muitas pessoas estão rezando por eles.
Alexander: Como você tem sido tão unida com a comunidade LGBT ?
Fergie: Desde que eu comecei a minha carreira, desde criança, eu tenho apoio da comunidade LGBT e tenho muitos amigos que estão sempre ao meu lado. Isso é maravilhoso. Durante boas e más escolhas, altos e baixos da minha vida, eu tive muito amigos que mudaram a minha vida. Me ensinaram sobre a confiança, me ensinaram a amar eu mesma quando eu não me amava. Me ensinaram a me amar com todas as imperfeições e más escolhas que eu fiz. Este é o melhor presente que a comunidade LGBT me deu.
O apoio para a minha carreira é maravilhoso e eu sou muito grata por isso. Mas o mais importante, foi o apoio de cada um antes de eu ir para meu terapeuta, todas as sessões de terapia. Muitas lágrimas. Muito momentos que acontecerem na minha vida.
Eu poderia estar morando na rua agora se eu tivesse continuado fazendo o que eu fazia com a minha vida. Foram os meus amigos, que a maioria faz parte da comunidade LGBT, que me apoiaram e cuidaram de mim. Eles foram meus anjos da guarda. Me ensinaram a me amar e ter orgulho de quem eu sou. Não importa o que.
Alexander: O mundo estará de olhos em Nova York na próxima semana. Nós teremos uma festa do orgulho gay em Nova York e não haverá oportunidade melhor para mostrar ao mundo quem somos. E você estará lá, fazendo uma performance.
Fergie: Eu sei e você sabe, este é um momento muito importante e eu estou honrada em fazer essa performance no Pier. É um presente maravilhoso fazer uma performance para 7,500 membros da comunidade LGBT. Todos estão tristes neste momento, mas não vamos deixar que isso destrua a celebração. É importante não sermos dominados pelo medo. Este será um momento muito importante para celebrar, unir. Eu estou emocionada e pronta.
Não vamos nos deixar levar pelo medo. A noite será cheia de amor, lembrança, orgulho, esperança e triunfo.
Tradução: PortalBEP
Nenhum comentário:
Postar um comentário